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Construção de via entre Vila da Serra e Barreiro enfrenta entraves

O projeto que prevê transformar a linha férrea da extinta Rede Ferroviária Federal, localizada no limite entre os bairros Vila da Serra, em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, e Belvedere, na capital, em um novo acesso viário entre os dois municípios, tem gerado polêmica entre moradores e autoridades locais e enfrenta entraves para sair do papel. A proposta foi tema de audiência pública da Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta terça-feira (1º).

De acordo com o secretário de planejamento da prefeitura de Nova Lima, André Rocha, intenção é transformar o local em uma avenida de seis pistas, o que poderia ajudar a desafogar o trânsito e melhorar a mobilidade urbana entre os dois municípios.

Segundo a ALMG, a Via Estruturante Sul, que dá nome ao projeto, contaria, na sua totalidade, com cerca de 14 quilômetros de extensão, ligando o centro de Nova Lima à BR-356, na altura do Anel Rodoviário, na região do Barreiro.

“Nós dividimos o projeto por fases.

A fase um tem 5 km e se inicia no bairro Jardim da Torre, em Nova Lima, e termina no viaduto próximo ao Leroy Merlin, no Belvedere.

A segunda fase precisa ser mais estudada, mas vai do Jardim da Torre ao centro de Nova Lima, com mais 6 km, permitindo um novo e melhor acesso a cidade”, explicou o secretário.

Segundo Rocha, contudo, o projeto só pode sair do papel com o aval da Secretaria de Patrimônio da União (SPU), que é responsável pela área onde a linha férrea está.

“Para que a gente desenvolva o processo, o patrimônio tem que permitir que os municípios elaborem projetos e busquem arrecadar recursos para a obra”, disse.

De acordo com a ALMG, o superintendente da SPU, Luciano Caetano Couto, esteve na audiência pública na ALMG nesta terça-feira (1º) e disse que a superintendência está receptiva às propostas, mas relatou dificuldades em relação à alienação do imóvel, que integra o Fundo de Contingente da União desde a extinção da rede ferroviária federal em 2007. Por causa disso, a SPU não teria competência para ceder o terreno às cidades e uma alternativa seria a venda do imóvel, que vale, atualmente, cerca de R$ 300 milhões.

“O local tem um problema sério de documentação. Estamos providenciando as soluções”, afirmou.

Ainda segundo a ALMG, moradores das regiões que seriam afetadas pelas obras não estariam satisfeitos com desenrolar das discussões.

O presidente da Associação dos Amigos do Bairro Vila da Serra (Amavise), Sérgio Americano Mendes, teria afirmado que, mesmo sendo evidente o problema de trânsito na região, a entidade não apoiaria o projeto.

“Vai ligar a BR-356 até condomínios que não têm outras vias de escoamento.

Isso vai causar uma verticalização da região, trazer milhares de novos moradores que vão novamente utilizar a rodovia.

Não vai desafogar o trânsito.

Visa unicamente a favorecer proprietários de terrenos desses loteamentos da região”, teria dito o presidente.

O deputado estadual Fábio Cheren (PSD), que preside a Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) afirmou que construção da via é de suma importância para a mobilidade urbana da capital e de Nova Lima e que seis vias de acesso que podem ser construídas na futura avenida podem se transformar em pistas para o BRT Move.

“O acesso a Belo horizonte e Nova Lima está impossível devido ao crescimento de Nova Lima. As vias ficaram cheias.

A intenção da audiência foi unir esforços para que, juntos, a gente possa utilizar esse patrimônio que está abandonado na antiga rede ferroviária”, afirmou.

Conforme noticiado por O TEMPO em maio deste ano, na ocasião, um Termo de Compromisso firmado entre o Ministério Público, a Associação dos Empreendedores do Vila da Serra e Vale do Sereno (AVS) e as prefeituras de Belo Horizonte e Nova Lima previa reverter todo o dinheiro arrecadado com contrapartidas de empreendimentos no Vetor Sul da região metropolitana em obras de mobilidade urbana no próprio local. À época, algumas obras de mobilidade urbana teriam sido definidas para a região, dentre elas a construção da nova via no local da extinta rede ferroviária. Também estavam entre as propostas a construção de um viaduto para ligar a MG-030 no sentido Nova Lima/Rio de Janeiro e a construção de uma mão-inglesa no trevo da BR-356. Segundo o secretário da prefeitura de Nova Lima, André Rocha, o projeto para a mão-inglesa já foi elaborado pela prefeitura de Nova Lima e agora aguarda conclusão pela BHTrans.

Segundo ele, as obras devem ter início no fim deste mês com previsão de conclusão em janeiro de 2018.

Fonte e foto: O Tempo

Link: O Tempo